sábado, 28 de março de 2009

Ser adulto (Arnaldo Jabor)

Achei muito bom e auto-reflexivo esse texto e resolvi compartilhar. Jabor sabe muito bem, com maestria, expressar a filosofia do viver e vive bem dentro da nossa realidade. Seja qual for o tema das suas crônicas, ele defende e argumenta de forma inquestionável.

Espero que gostem!

Midiguiduga


"Sempre acho que namoro, casamento, romance tem começo, meio e fim.

Como tudo na vida.

Detesto quando escuto aquela conversa:

- Ah,terminei o namoro...

- Nossa,quanto tempo?

- Cinco anos...Mas não deu certo...acabou

- É, não deu...?

Claro que deu!

Deu certo durante cinco anos, só que acabou.

E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.

Não acredito em pessoas que se complementam.

Acredito em pessoas que se somam.

Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro?

E não temos esta coisa completa.

Às vezes ele é fiel, mas não é bom de cama.

Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.

Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.

Às vezes ela é malhada, mas não é sensível.

Tudo nós não temos.

Perceba qual o aspecto que é mais importante e invista nele.

Pele é um bicho traiçoeiro.

Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia.

E as vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona...

Acho que o beijo é importante...e se o beijo bate...se joga...senão bate...mais um Martini, por favor...e vá dar uma volta.

Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra.

O outro tem o direito de não te querer.

Não lute, não ligue, não dê pití.

Se a pessoa tá com dúvida, problema dela, cabe a você esperar ou não.

Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.

O ser humano não é absoluto.

Ele titubeia, tem dúvidas e medos mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta.

Nada de drama.

Que graça tem alguém do seu lado sob chantagem, gravidez, dinheiro, recessão de família?

O legal é alguém que está com você por você.

E vice versa.

Não fique com alguém por dó também.

Ou por medo da solidão.

Nascemos sós.

Morremos sós.

Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado.

E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.

Tem gente que pula de um romance para o outro.

Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia?

Gostar dói.

Você muitas vezes vai ter raiva, ciúmes, ódio, frustração.

Faz parte.

Você namora um outro ser, um outro mundo e um outro universo.

E nem sempre as coisas saem como você quer...

A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.

Se alguém vier com este papo, corra, afinal, você não é terapeuta.

Se não quer se envolver, namore uma planta.

É mais previsível.

Na vida e no amor, não temos garantias.

E nem todo sexo bom é para namorar.

Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar.

Nem todo beijo é para romancear.

Nem todo sexo bom é para descartar.

Ou se apaixonar. Ou se culpar.

Enfim... quem disse que ser adulto é fácil?"

quarta-feira, 4 de março de 2009

Sobre o IDH

Um domingão é aquele dia que convida para um almoço em família e ficar esparramado no sofá assistindo DVD ou TV.

Pois bem, há pouco eu via ao Fantástico (hã...isto mesmo, vendo o Fantástico sem falso moralismo!) e assisti uma interessante reportagem sobre os municípios com piores IDH´s ( Índice de Desenvolvimento Humano) no Brasil.

A situação beira o colapso total, onde pessoas recebem R$ 40,00 de salário mensal e geram filhos em busca do auxílio-maternidade de R$ 1.500,00 como "moeda de troca" para adquirir bens como fogão e antena parabólica, segundo relatos dos próprios moradores.

Por outro lado, a maioria dos habitantes recebem o Bolsa Família, o que garante o mínimo de renda para sobrevivência e acesso a itens básicos como alimentação.

Sendo assim chegamos a um ponto contraditório dos auxílios oferecidos pelo Governo, onde medidas paliativas e políticas afirmativas podem gerar uma dependência e perder o seu real papel AFIRMATIVO.

Porém antes de dar margem a qualquer discurso de que os auxílios do Governo Federal são medidas de caráter meramente populistas e eleitoreiras, podemos afirmar com muita segurança que a emergência da situação de milhões de brasileiros como os moradores de Manari exige a existência de auxílios como o Bolsa Família para garantir um mínimo de dignidade e servir como medida paliativa a CURTO PRAZO.

Mas ao mesmo tempo vemos um outro tipo de auxílio - o auxílio-maternidade para moradores de Zona Rural - estimular a geração de crianças como "fonte de renda" em vez de focar as ações que promovam o PLANEJAMENTO FAMILIAR.

O nosso papel de cidadão deve ser o de fiscalizar e cobrar do Governo medidas que promovam o desenvolvimento local, como o Projeto Territórios da Cidadania (http://www.territoriosdacidadania.gov.br) e fazer uma crítica responsável sobre as políticas afirmativas para colaborarmos com o desenvolvimento das mesmas em vez de acabarmos com estas ações tão importantes para milhões e milhões de brasileiros que parecem estar tão distantes da nossa realidade, mas estão tão próximos que chega a chocar.

By Midiguiduga