quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Milícia é Máfia!


Estava eu em casa, pensando na atuação brilhante do grande Marcelo Freixo no combate as milícias. E esse rapaz que hoje tem sua vida ameaçada, vive cercado de seguranças, não tem mais uma vida comum, e por que? Porque combateu uma máfia, ele listou mais de 1000 nomes ligados a milícia, pediu a cassação de Álvaro Lins (conseguiu! justiça foi feita!). O que consiste em a milícia ser máfia? Porque ela tem faturamentos milionários, acharcando moradores de locais pobres, impondo aos moradores a compra de gás e água nas suas bancas, colocando "gatonet",ainda controlam a especulação imobiliária e o transporte público de vans, e "atropelam" sem dó nem piedade quem lhes atravessar o caminho. Esses grupos de paramilitares dizem que protegem a população da "bandidagem", dos traficantes, mas estes não seriam uns bandidos fardados (o que é pior ainda!)?!? E quando você diz isso, os mais reacionários dizem: é melhor ter a milícia, a ter o caveirão na porta! Eu penso, melhor ter nenhum dos dois, o sensato seria investir em uma polícia com inteligência! Milícia oprime, destrói a autoestima dos moradores de favela, é uma máfia tão articulada, que pra dar cabo, tem que "doar a própria vida". Tenho uma família reacionária, mas tento ser a gota, o grito mesmo que abafado, a favor de direitos humanos para todos, eu disse TODOS! E por isso eu apóio, panfleto mesmo pro Marcelo Freixo, ele apóia os Direitos Humanos! Não recebo nem um real para falar ou panfletar em prol do mesmo! Mas, tenho consciência crítica e sei que só combatendo o mal e a aflição dos oprimidos que venceremos!

http://www.youtube.com/watch?v=bAvQOGw92VE



quinta-feira, 10 de junho de 2010

Escrito nas Estrelas, Passione e o Trabalho Doméstico

Quando assistimos A Negação do Brasil, de Joelzito Araújo, temos a possibilidade de analisar a história das relações raciais na telenovela brasileira. É um filme essencial para quem não cai nas falácias da democracia racial, em que "mulatas" de Sargentelli ou Globelezas reproduzem fielmente o lugar de coisificação e exploração do corpo negro característico do racismo sexista do Brasil.

Dois grupos de esteriótipos racistas são explícitos no filme, que se dividem exatamente por questões de gênero: às mulheres negras, são destinados os papéis das "mammys" - a empregada "da família", gorda, generosa, profundamente dedicada a felicidade de seus "filhos" brancos e de seus "patrõezinhos"; a mexiqueira, papel sempre ridículo da jovem negra que fala errado e se mete na vida dos patrões, o núcleo principal - branco, obviamente; ou, na fase amadiana (Tieta, Gabriela, Teresa Baptista), a mulher sensual, "quente", maliciosa. Aos homens negros, o lugar do capataz, segurança, guarda-costas e, quando alçados à classe média, fiel escudeiro do protagonista branco.

Se o filme, A Negação do Brasil fosse atualizado, não mudariam os grupos de esteriótipos racistas. Encontraria um "Da Cor do Pecado", uma novela supostamente - ou melhor - mentirosamente - de protagonista negra, cujas personagens, Preta e Helena, não receberam do roteiro carga dramática para se destacarem realmente como protagonistas, além de serem devidamente deslocadas de sua comunidade negra, fosse ela familiar ou qualquer círculo de relações. Simplesmente eram negras sem amigos negros, longe de sua família negra.

Sabemos que a grande maioria das trabalhadoras domésticas são mulheres negras. Não há qualquer problema de ser esse também um papel assumido por atrizes negras. Mas aí há duas situações a serem observadas: que as atrizes negras, não obstante terem todo o preparo para assumirem qualquer papel, não tenham que ocupar apenas o papel da trabalhadora doméstica; e que o próprio papel da trabalhadora doméstica não seja construído em torno da ideia de "serviçal", sem vida própria, com falas que a ponham num lugar da "ignorância" ridícula.

Via de regra, as trabalhadoras domésticas da novela não têm família, dramas pessoais, questionamentos, uma história própria a desenvolver na trama. As mammys ganham relativo espaço quando a sua função é acalentar e carregar as dores de seus patraõzinhos; as ridículas, quando vão ao samba ou à gafieira mostrar como é divertida a vida do pobre.

Mas hoje temos, na telinha, duas honrosas exceções. Sim, temos uma trabalhadora doméstica protagonista, no papel da mocinha da novela das seis; e uma trabalhadora doméstica antagonista, no papel da vilã, na novela das nove. Impressionate. Elas ganham drama próprio, falas caprichadas, closes estudados de seus rostos, olhares, sorrisos. Curioso, que não erram palavras para os outros rirem e não vão ao samba, ao funk ou à gafieira. O detalhe fundamental: ambas são completamete brancas. Insistimos no "completamente" por serem, Natália Dill e Mariana Ximenes, exatamente o perfil branco - pele branca, cabelos lisíssimos, nariz afinadíssimos, olhos claros - tão caro a Globo e suas mocinhas e mocinhos.
No caso de Escrito nas Estrelas, há ainda algo mais irônico. A mocinha é moradora de favela, não tem estudos e vive buscando trabalho de viração para sobreviver. Bem, se formos construir esse perfil no Brasil perceberemos que, nessas condições, encontraremos majoritariamente mulheres negras. São as mulheres negras que ocupam a base da pirâmide social, com menos acesso aos seus direitos básicos; as trabalhadoras domésticas são, majoritariamente negras. Se a Globo se utiliza disso tão bem para confinar as atrizes e os atores negros em papéis estereotipados e pouco desenvolvidos, por que não terem escolhido uma jovem negra para fazer o papel de Vitória/Viviane?
Simples. Porque ela é protagonista de verdade. (não uma protagonista de faz de conta como foram Preta e Helena). Porque ela, a personagem, ocupa a trama principal, tem falas elaboradas (apesar de mal interpretadas), forma um triângulo amoroso com os dois personagens principais - o espírito Daniel e o seu pai encarnado. Porque ela terá direito a estudar, a seguir seus sonhos, a fazer parte - realmente - da família, através do casamento e da maternidade.
Por isso ela tinha de ser branca.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Coisas que não se resumem em 140 caracteres!

Estava um tanto parado, mas voltaremos a escrever!



Estava eu em minha casa, pensando em casamento. Casamento definido no dicionário é:
1. União solene entre duas pessoas de sexos diferentes, com legitimação religiosa e/ou civil; núpcias.
2. A cerimônia dessa união.
3. Fig. Aliança, união. (Dicionário Aurélio).

E aí euzinha aqui, penso e repenso a respeito de! Minhas concepções de casamento são muitas, lá vai algumas, é partilhar o mesmo espaço fisíco, o mesmo espaço pessoal, dividir contas, somar problemas, dividir tarefas (de casa ou não! rs), compartilhar sonhos, ter uma relação de reciprocidade, abandonar alguns conceitos tão seus, mas que pelo outro vale a pena, é um grande aprendizado, é com escalar montanhas, com altos e baixos peculiares, é ter que lavar, passar, cozinhar, ser linda e cheirosa depois de um dia intenso laborativo. São tantas coisas que cercam a palavra casamento, que tenho medos, receios, quando você se une a outra pessoa, você se "assemelha" a ela, aí você pensa, será que perdi a minha essência? Você olha e vê que não, é porque você ama tanto, que acaba por parecer com o outro de forma natural, sabe a é a tal da convivência.

E acho que essa é a palavra do casamento, é preciso saber conviver, parafraseando Roberto Carlos e Erasmo.

E quando nós nos casamos no sentindo literal e no figurado da palavra, a palavra chave, creio eu ser essa: CONVIVER! =)