quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Assunto do momento:

Não, não estou falando das forte chuvas que atingiram Santa Catarina e dos ladrões de donativos, que roubam muito mais do que alimentos e roupas, roubam também o ânimo das pessoas que estão colaborando com as vítimas das enchentes catarinenses.

Também não falarei aqui da ida do Ronaldinho Fenômeno para o Corinthians, que chegou a declarar que o rubro-negro era seu time do coração e que seria seu clube no Brasil, mas acabou frustando grande parte da torcida que esperava vê-lo no time carioca.

Volto minhas atenções pras razões que, no meu ponto de vista, possivelmente façam com que a maioria das mazelas do mundo aconteçam. E o problema é justamente outro, que não a violência e a degradação social, pois essas coisas são simplesmente a consequência de um mundo desigual, esse é o fato, que me rebatam com argumentos "superiores".

O mundo está parando. Isso mesmo. Não fisicamente, não é que o globo terrestre está parando de rodar. Falo do mundo econômico. Essa crise que tanto se fala surge de falsas perspectivas, de uma manipulação do mercado sobre as pessoas. É o capitalismo manipulando a humanidade. E olhe que fez um bom trabalho, por um bom tempo, mas acabou. Pelo menos pelos próximos anos essa ferida no capitalismo será lembrada e seu formato nunca mais será comemorado como um modelo exemplar, imbatível.

Pra entender a crise é preciso que se diga: O mercado enganou o povo, prometeu muito crédito, mentiu dizendo que o sistema era infalível, dando credibilidade à instituições bancárias que lucraram bilhões de dólares na bolsa de valores por fazer com que as pessoas acreditassem nisso. Mas os valores subiram demais, e a exigência dos compradores também. Sustentar essa lógica me parece impossível. O resultado é que ao estimular sonhos e mais sonhos com créditos intermináveis os bancos "quebraram suas próprias pernas", pois o sonho do consumo passou e chegou em seguida o pesadelo das dívidas sem perspectivas de pagamento. O povo, ainda neste momento, pensava que estava tudo tranquilo, que o mercado era forte o suficiente. Acreditou na palavra do mercado, de sua especulação, de sua força e o resultado é esse, o fundo do poço, o pote de ouro vazio!

E onde fica o desespero? Fica na indústria, no comércio, no dia-a-dia das pessoas. Pois é neste momento, onde não há mais crédito nos bancos que o comércio pára ou diminui drasticamente as suas compras de materiais, logo, reduz sua mercadoria, logo as pessoas compram menos pois há menos no comércio e assim, sem comprar, não há demanda para que seja fabricada a mercadoria. As indústrias enlouquecem, pensam logo: pra manter os empregados e pagar gastos e dívidas de sempre é simples vamos pedir crédito nos bancos. Ops, mas peraí? Quem disse que os bancos, agora quebrados, vão emprestar algo que não têm? Pronto! Está fechado o ciclo, não há saídas pro capitalismo especulativo. O sonho acabou!

Bem, tentei explicar um pouco a crise, pois muita gente se pergunta ainda o que elas tem a ver com isso. Ta aí a crise instalada e nós consumidores temos "culpa no cartório". Agora toda crítica que os neoliberais faziam sobre o Estado nacional bancar instituições públicas, garantir que o Estado tenha controle moderado sobre a economia, foram por água abaixo!

Pros neoliberais é o fim do mundo. Devem estar pensando: "Eita que os marxistas estão vibrando, fazendo festa". Certo e errado, pois, sim! Estamos vibrando, mas não estamos fazendo festa porque festa é caro e o mundo tá sem dinheiro.

Vou nessa que já escrevi demais! Beijão pra todos!!!

By Midiguiduga

Um comentário:

Edu Ywama (Tchintcha) disse...

Excelente o texto e sua explicação, adorei, ficou tão claro quanto sua sinceridade diante dos fatos do momento!
Assim, com essas palavras, essa qualidade e seu jeitinho, você irá do Meier para o Congresso Nacional! bjssss, seu admirador!